O mercado futuro do boi mostra uma tendência de queda nos próximos meses devido aos impactos climáticos negativos sobre pastagens e grãos, o que deve pressionar as margens dos confinamentos, conforme apontado pelo Itaú BBA. Nas últimas semanas, houve enfraquecimento no mercado futuro do boi gordo, com valores abaixo do observado há trinta dias. Os contratos mais curtos, como jan/24 e fev/24, estão sendo negociados entre R$ 5 e R$ 6 por arroba abaixo da média de dezembro.

Este cenário adverso é influenciado pelo clima quente e seco nas regiões central e norte do país, prejudicando a recuperação de pastagens e a disponibilidade de gado terminado. Espera-se uma melhora no consumo interno a partir de fevereiro, com o encerramento das férias escolares e a baixa oferta de gado de pasto. No entanto, o calor e as más condições das pastagens podem resultar em mais descartes de vacas em março, o que afetaria os índices de prenhez.

Apesar de dezembro ter apresentado um momento positivo, com os futuros do boi próximos a R$ 250/@ e margens atrativas para os confinamentos no 1º trimestre de 2024, as últimas semanas demonstraram uma mudança significativa. O boi futuro enfraqueceu, e o aumento nos preços do milho causou uma reversão nas margens projetadas para fevereiro a abril/24, levando-as para território negativo. Embora tenha havido uma leve queda no farelo de soja, o preço do milho em Sorriso, por exemplo, subiu 26% em dezembro em comparação com o mês anterior.

"Com o clima prejudicando o desenvolvimento da soja no MT e, consequentemente, aumentando a incerteza sobre o potencial da safrinha, é provável que os custos de ração continuem evoluindo, o que requer atenção por parte dos confinamentos que operam o ano todo”, conclui.