A melhora no clima social na Colômbia foi desigual.
A Colômbia experimentou melhorias no clima, porém de forma desigual. Enquanto algumas áreas apresentam bons índices de vegetação, precipitação e temperaturas adequadas, nem todas as regiões de cultivo de café são beneficiadas por essa tendência. Além disso, a previsão de clima mais seco nos próximos dias pode favorecer a colheita da safra principal, mas há preocupação com a safra de mitaca. Adicionalmente, o país reduziu os volumes de exportação mais do que o necessário para compensar a diminuição na produção prevista para 22/23, o que levou os produtores a ficarem à margem, relutantes em vender a preços locais ao longo do ciclo. Como resultado, a Colômbia inicia o ciclo 23/24 com estoques iniciais mais altos, conforme apontado por Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint Global Markets.
A produção ligeiramente maior, observada nos primeiros meses do ciclo, também contribui para o aumento da disponibilidade. No entanto, os diferenciais colombianos devem permanecer sob pressão devido aos níveis de estoque/utilização previstos para o ciclo 23/24, que vai até setembro. Apesar da recuperação na disponibilidade, a exportação de café solúvel não tem acompanhado essa tendência. Os dados mais recentes da FNC mostram que as exportações colombianas de café solúvel apresentaram uma queda em 2023.
Enquanto a Colômbia enfrenta desafios com condições climáticas desiguais que impactam as diferentes regiões cafeicultoras, o setor agrícola trabalha para minimizar o impacto nas colheitas. Natália destaca que a postura proativa no início do ciclo 23/24 reflete a abordagem para lidar com a evolução da produção e exportação. No entanto, a tendência decrescente nas exportações de café solúvel acrescenta complexidade, evidenciando a necessidade de estratégias para enfrentar as demandas do mercado.
Em suma, mesmo com os benefícios das condições climáticas melhoradas em algumas áreas da Colômbia, a indústria do café enfrenta desafios complexos. Os problemas causados pelos padrões climáticos variáveis e dinâmicas de exportação sugerem que o aumento na produção esperado para 23/24 terá um impacto limitado em compensar o cenário deficitário observado nos últimos anos. Apesar disso, os estoques permitirão uma maior disponibilidade, o que poderá exercer pressão sobre os diferenciais.