Em 2024, os preços do café estão correlacionados com outras commodities, porém é importante ressaltar as diferenças entre o café arábica e o robusta, especialmente em fevereiro, de acordo com a análise da hEDGEpoint Global Markets.

Em um primeiro momento em queda, o café arábica agora busca acompanhar os ganhos do robusta, refletindo nuances sazonais das exportações. Diferentemente do ano anterior, a curva de preço do arábica apresenta um ponto de virada mais tarde, alinhado com as entregas de julho e prevendo uma maior produção para a safra 24/25 no Brasil.

Por outro lado, o robusta está atualmente em backwardation, com o 6º contrato marcando o ponto de virada em resposta à sazonalidade. Nos próximos meses, a oferta de robusta atinge o pico em março, diminuindo gradualmente até o início do próximo ciclo, à medida que os volumes do Brasil e da Indonésia ficam abaixo dos níveis do Vietnã.

No que diz respeito ao arábica, o índice sazonal destaca maio e julho. A curva futura de Nova York reflete um otimismo cauteloso para o segundo período de oferta, ainda não afetado pelos estoques certificados em NY.

"A análise das curvas do arábica e do robusta revela pontos interessantes. Para o arábica, a curva agora, em comparação com um ano atrás, tem um ponto de inflexão posterior, correspondente à entrega em julho. Isso coincide com o início dos embarques da safra brasileira, marcando a safra 24/25, com expectativas de mercado de maior produção em comparação com 23/24 para o arábica, apesar dos impactos climáticos dos episódios de veranico durante o desenvolvimento", explica Natália Gandolphi.

Por outro lado, a curva do robusta teve mudanças significativas. Embora atualmente em backwardation completo, um ano atrás, o 6º contrato marcou o ponto de virada - o contrato de janeiro. Este é um mês em que a curva de sazonalidade das exportações de robusta aumenta, especialmente devido ao Vietnã. No entanto, os participantes do mercado agora percebem uma menor disponibilidade do Vietnã neste ciclo.

Em 2024, os preços do café mostraram semelhanças nas tendências de mercado com outras commodities, como trigo, petróleo, açúcar e, em menor grau, soja e milho. No entanto, o destaque está na performance contrastante entre arábica e robusta. Enquanto o arábica começou o ano em declínio, ele se recuperou desde então e agora busca igualar os ganhos acumulados pelo robusta.