Um estudo recente realizado pela Universidade Oxford Brookes mostrou que o cultivo de café em áreas com alta cobertura de sombra pode contribuir significativamente para a biodiversidade, promovendo uma agricultura mais sustentável e em harmonia com a conservação.

Conduzida por Sophie Manson, Ph.D., e sua equipe do Grupo de Pesquisa de Primatas Noturnos da Universidade Oxford Brookes, a pesquisa revelou que o café cultivado em locais com mais de 30% de sombreamento apresenta uma maior diversidade de espécies de plantas e animais em comparação com o café cultivado em áreas ensolaradas ou com menos de 30% de sombreamento.

A proteção da biodiversidade, como apontado no estudo, é uma notícia encorajadora para os agricultores, uma vez que além de auxiliar no controle natural de pragas, a presença de diversas espécies também melhora a qualidade do solo e do próprio café produzido.

Sophie Manson destacou os desafios enfrentados pelas espécies devido às práticas agrícolas impróprias, ressaltando a agricultura como uma das principais ameaças globais às espécies. No entanto, ela enfatizou a possibilidade de conciliar agricultura e conservação por meio do cultivo à sombra de café, desafiando conceitos estabelecidos sobre agricultura.

O Dr. Marco Campera, coautor do estudo, enfatizou a importância das práticas tradicionais de cultivo, demonstrando como a remoção de árvores de sombra prejudica grupos de espécies essenciais, como os polinizadores, e acarreta prejuízos econômicos e custos adicionais na gestão agrícola.

Assim, a pesquisa ressalta a necessidade de priorizar métodos tradicionais, como o cultivo à sombra, não apenas para promover a biodiversidade, mas também para assegurar a sustentabilidade econômica e ecológica da agricultura. A integração de iniciativas de conservação com práticas agrícolas não só beneficia o meio ambiente, como também preserva o valioso patrimônio cultural e ecológico de diferentes regiões ao redor do mundo.