Em fevereiro, as importações de café verde pela União Europeia (UE) mostraram sinais de recuperação, totalizando 3,84 milhões de sacas. Houve uma leve queda de 5% em relação a janeiro, porém dentro dos padrões sazonais históricos. Esse ajuste nas importações aponta para uma mudança no perfil, com 60% do café importado sendo arábica, devido às preocupações com os estoques de robusta.

Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint Global Markets, destaca que essa transição para uma maior proporção de arábica reflete um equilíbrio após oscilações intensas. Há preocupações claras com os volumes de estoque de robusta na UE, indicando preparação para um mercado mais restrito desse tipo de café.

Os desafios de fornecimento no Vietnã e na Indonésia também contribuem para a incerteza no mercado global de café. A baixa umidade do solo no Vietnã tem gerado preocupações, e embora esperem melhorias, a situação permanece volátil. Isso pode resultar em oferta limitada de robusta no ciclo 24/25, aumentando a dependência de origens alternativas, como o Brasil.

Com a aproximação da safra 24/25 do Brasil, espera-se um alívio no déficit de oferta a partir de julho. Entretanto, a atenção está voltada para a evolução do clima no Vietnã, com monitoramento dos níveis de umidade do solo.

A expectativa de alívio na escassez de café é reforçada pelo progresso nas fixações do ciclo 23/24, com a maior parte da safra de conilon já vendida em abril. Com uma produção estimada em 22,54 milhões de sacas, espera-se que os estoques líquidos permaneçam relativamente baixos, destacando a importância da próxima colheita brasileira para a estabilização do mercado global de café.